A história dos Lenços dos Namorados de Viana remonta ao século XVII, quando as mulheres de classes mais baixas bordavam para tentar reproduzir uns lenços que eram comuns nas classes mais altas.
Inicialmente, estes lenços faziam parte do vestuário feminino e tinham maioritariamente uma função decorativa, sendo o vermelho e o preto as cores principais. Porém, estes lenços também tinham outra função: celebravam o compromisso!
Os Lenços dos Namorados eram bordados em linho ou em algodão e as mais variadas cores (o típico colorido do Minho) vieram substituir o preto e o vermelho na hora da decoração. Tinham quadras de amor ingénuas e muitos erros ortográficos, dada a falta de instrução da época.
À medida que se aproximava a idade de casar, as raparigas começavam a bordar os lenços. Quando terminado, o lenço era entregue ao rapaz de quem gostavam e, se este o aceitasse e o utilizasse ao pescoço, no casaco ou na aba do chapéu, o compromisso tornava-se oficial.
No entanto, se acontecesse o contrário e o rapaz não se mostrasse interessado, teria que devolver o lenço. O mesmo acontecia caso este o aceitasse, mas mais tarde viesse a desfazer o compromisso, tendo então que entregar o lenço à rapariga, assim como os seus objetos pessoais (fotografias, cartas…).
Acredita-se que foi a partir desses Lenços dos Namorados que surgiram, posteriormente, os Lenços de Casamento, que a noiva levava na cabeça ou a envolver o ramo, assim como as algibeiras usadas à cintura.
Felizmente, este património, considerado um dos símbolos da tradição minhota, não ficou apenas na memória, sendo possível encontrar estes Lenços dos Namorados nas lojas Portfolio situadas nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro.
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14.02.2020